Ídolo são-paulino está de volta ao time após quatro meses e cinco dias para deixar o São Paulo ainda mais forte na briga pelo título
Desde aquela segunda-feira, 13 de abril, um dia após a derrota para o Corinthians, pela primeira semifinal do Campeonato Paulista, já se passaram quatro meses e cinco dias ou 24 jogos sem o São Paulo contar com seu principal jogador em campo. Diante do Fluminense, nesta quarta, às 21h50, no Morumbi, Rogério estará de volta após se recuperar da lesão mais grave na sua carreira, uma fratura no tornozelo esquerdo sofrida num treino, no CT.
Rogério conta os minutos para voltar a campo e já se prepara para conter a emoção ao subir as escadas do vestiário do Morumbi e encontrar a torcida são-paulina. "Com certeza vou balançar quando estiver no túnel, pra entrar em campo. Vai ser extremamente emocionante", prevê o craque do time.
Em seu retorno, Rogério tem dois desejos: "Vitória, com qualquer placar que seja e com a torcida em peso no Morumbi para nos empurrar", disse.
Passou rápido?
magino que para quem está de fora tenha passado, mas pra mim foi uma eternidade. Entendo que tem muita gente jovem que já passou por lesões piores, mais de uma vez até, nisso realmente eu sou um privilegiado. Mas foi muito difícil ficar de fora. É muito sacrificante. O tempo não passa. Quando acontece com a gente é sempre mais difícil de administrar.
Momentos difíceis?
Passei por vários momentos difíceis. Muitos pensam que o pós-cirúrgico é o pior momento, mas não foi. Claro que não é fácil ficar deitado o tempo todo, sendo ajudado por outras pessoas, mas pelo menos naquele momento eu fiquei junto às minhas filhas Clara e Beatriz. Elas cuidaram muito de mim e isso foi bem legal. Mas o pior mesmo são as dores. Em várias etapas da recuperação a dor aprece com tudo, é sofrido. Nos primeiros dias de campo, então, as dores se intensificaram. Depois que eu tirei o parafuso tive um ganho muito rápido na parte de mobilidade, parei de sentir dor.
Oscilação?
Isso é o pior de tudo. Às vezes você treina bem, mas amanhece com dor. Aí parece que não vai ficar bom nunca. Vem um desânimo que não é fácil de controlar. Essa oscilação acontecia muitas vezes num mesmo dia. De manhã tudo bem, à tarde dores. Não foi fácil.
Reflexão?
Pensei muito nesse tempo parado, claro. Quando se está ocioso passa muita coisa pela cabeça. Não tem como ser diferente.
Força da Torcida?
No dia em que me machuquei recebi mais de 4.000 (quatro mil) emails. Foi uma força muito grande que recebi. Estava cabisbaixo, triste e a torcida me levantou.
Motivação?
Duas coisas me motivaram muito para me recuperar e a voltar a jogar. O torcedor, claro, que é o grande motivo da nossa profissão, além de minhas filhas. Pois agora elas estão com quatro anos e começam a entender um pouco da carreira do pai. Não queria que elas só entendessem através de vídeos. Acho que vai dar tempo.
Fisioterapeutas Ricardo Sasaki e Alessandro ajudam Rogério a ganhar movimentos no tornozelo
Pensou em voltar antes?
Pensar eu pensei, claro, mas não tinha a menor condição. Quando o time passou por aquele mau momento, o Ricardo Gomes tinha acabado de chegar e o time não se encontrava, queria ajudar de alguma forma, em campo, mas não tinha outro jeito.
Condição atual?
Estou bem. Venho treinando normalmente há três semanas sem precisar parar por algum motivo ou outro. Fiz um coletivo antes do jogo contra o Goiás e percebi que precisava treinar mais. Já fiz mais dois coletivos e melhorei muito. Venho treinando normalmente e estou bem, recuperado. Posso entrar em campo para exercer minha função com as mesmas características de antes.
Prazo para estar em plena forma?
Minha responsabilidade é a mesma. Se eu entrar em campo contra o Fluminense, serei cobrado por tudo que fiz, por tudo que represento. Não posso pedir dois, três ou quatro jogos para pegar ritmo. Serei julgado por tudo que construí ao longo da carreira, acho correto. Estou preparado pra isso.
Rogério esteve presente em todos os jogos do São Paulo no Morumbi
Volta na chuva?
Já tive olhando a previsão e parece que vai chover. A chuva me persegue, não tem jeito (risos). E não é só a chuva. Perdemos dois zagueiros (Renato Silva e Miranda estão suspensos) também, mas conto com meu fiel escudeiro que é o André Dias. Ele é um dos nossos pilares defensivos. Tá jogando muito. O Rodrigo deve voltar também e sua experiência serás fundamental se ele for confirmado.
São Paulo x Sport?
Foi a primeira vez que, sozinho, pulei pra comemorar. Estava fazendo gelo e assistindo o jogo. Quando o Junior Cesar roubou a bola e partiu, imaginei que ele fosse cavar uma falta, porque o empate, naquela circunstância, não era ruim. Quando o zagueiro deu o carrinho e não pegou, também achei que não ia dar em nada, porque pela televisão parecia que o Junior Cesar estava sozinho. Depois do passe e daquele gol, pulei muito, comemorei de verdade. Foi um gol importantíssimo pra quem quer ser campeão.
Objetivo?
Volto num momento especial, com o time jogando bem, numa parceria muito boa com o Ricardo Gomes. Desta forma não tem outra coisa a se pensar que não seja o título. Meu desejo é ser campeão. Agora temos essa possibilidade e não existe outro objetivo que não seja esse.
Como imagina o retorno dos sonhos?
Futebol é muito improviso, então não dá para programar as jogadas a serem feitas no jogo. Mas independentemente do placar, só imagino meu retorno com uma vitória e de preferência com o estádio cheio. Espero que o torcedor vá em peso ao Morumbi, porque ele sabe que com ele em campo, nossa equipe fica muito mais forte.
São Paulo Minha Vida,um amor sem fim!
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