Equilíbrio não é discurso

Empate do Palmeiras com o lanterna confirma previsões e deixa elenco ainda mais alerta
Ao longo do Campeonato Brasileiro muito se ouviu nas entrevistas que cada jogo é uma decisão, que não existe jogo fácil, que o campeonato está muito equilibrado e não tem favorito, entre outros argumentos utilizados por jogadores e técnicos a cada rodada.
Para os são-paulinos, o jogo entre Palmeiras e Sport, na última quarta-feira, foi um exemplo claro de quê as freses ditas não são "discurso pronto" e sim fato consumado. De um lado o Palmeiras, "favoritíssimo" em casa que buscava a liderança. Do outro o lanterna do Brasileiro já praticamente rebaixado. Em campo, foi o Sport quem deu as cartas, abriu dois gols e quase saiu do estádio palmeirense com três pontos. A história deste jogo traz lições ao elenco tricolor, atento com as ações do Vitória.
"Muitas vezes falamos que não há jogo fácil e acham que é discurso formado, mas o jogo de ontem provou que é verdade. Encontramos dificuldades de qualquer jeito, quem vem jogar contra as equipes que estão melhor na tabela tem mais motivação mesmo. Serve de exemplo o jogo de ontem porque a equipe que está disputando o título tem que ficar atenta às dificuldades", disse Jorge Wagner, que ainda destaca o fato do São Paulo ter que enfrentar o Sport na última rodada.
"Vamos enfrentá-los e sabemos que eles, apesar de já rebaixados matematicamente, não estarão mortos. Vão querer mostrar também pelo lado pessoal de cada um que estão na série B, mas têm valor. Tem muita coisa que envolve um jogo desses", afirmou o camisa 7.
Washington concorda com o companheiro. O Coração Valente vê na história do último jogo do rival um exemplo que deve ficar para todos os times. "É isso mesmo, foi uma partida que ficou de lição sim. Um time que estava na lanterna causou muitas dificuldades, deixou o jogo difícil, isso só serviu para comprovar que nosso discurso não é decorado", opinou o camisa 9.
A dupla do Tricolor fez outra constatação sobre todas as equipes que disputam algo no Brasileirão, tanto na parte de cima quanto na debaixo da tabela: não há dúvidas de que a ansiedade e a vontade excessiva de vencer podem atrapalhar. Ou seja, é preciso muito equilíbrio para não vacilar na reta final do torneio.
"Você tem que se controlar, principalmente na parte emocional. Tem que saber que pode sofrer um gol, mas mesmo dessa forma pode vencer o jogo, especialmente se tiver controle. Ficar calmo é algo essencial nessa fase", analisou o experiente Jorge Wagner, bicampeão com o Tricolor, seguido por Washington. "Não pode entrar em campo ansioso, senão tudo ganha proporções maiores", finalizou.


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